Cálculo Renal

Dr. André Yoichi – Urologia / Uro-oncologia

Cálculo renal ou urolitíase, conhecido popularmente como pedra no rim, é uma massa sólida formada por pequenos cristais, que podem ser encontrados tanto nos rins quanto em qualquer outra parte do trato urinário.

Os rins têm como função equilibrar o volume de água no organismo e filtrar algumas das impurezas que circulam na corrente sanguínea, produzindo a urina.
A pedra no rim é formada quando a urina apresenta quantidades maiores que o normal de determinadas substâncias, como cálcio, oxalato e ácido úrico, ou quando há uma diminuição na quantidade de alguns fatores que impediriam a aglomeração desses cristais, como o citrato. Essas substâncias podem se precipitar e formar pequenos cristais que, com o tempo, vão se aglutinando e se transformarão em pedras.

 O que aumenta o risco? 

Existem muitos fatores de risco que contribuem para o surgimento do cálculo renal, entre eles:
Histórico familiar: se alguém da sua família já teve pedra nos rins, as chances de desenvolvê-las também são maiores.
Adultos acima dos 40 anos são mais propensos a desenvolver pedra nos rins do que pessoas mais jovens. No entanto, o problema pode ocorrer em qualquer idade.

  • Homens são mais suscetíveis aos cálculos renais do que mulheres.
  • Baixa ingestão de água e desidratação.
  • Alimentação inadequada com dietas ricas em proteína, sódio (sal) ou açúcar também são consideradas fatores de risco.
  • Obesidade.
  • Infecção urinária.
  • Doenças congênitas com mal desenvolvimento do aparelho urinário.
  • Doenças do trato digestivo, como inflamação gastrointestinal e diarreia crônica.
  • Outras situações menos frequentes, como acidose, lesões renais tubulares, cistinúria, hiperparatireoidismo e alguns medicamentos também podem aumentar os riscos de cálculo renal.

Assim como existem várias causas que levam à formação do cálculo renal, também existem diferentes tipos de pedras. As mais frequentes são:

  • Cálculos de cálcio: São os mais comuns. Ocorrem mais frequentemente em homens do que em mulheres. Esse tipo tende a reaparecer mesmo após tratamento.
  • Cálculos de cistina: Estes podem aparecer em pessoas que têm cistinúria, uma doença renal hereditária e que afeta tanto homens quanto mulheres.
  • Cálculos de estruvita: Encontrados principalmente em mulheres com infecção do trato urinário.
  • Cálculos de ácido úrico: Formam-se principalmente em pacientes que têm ácido úrico elevado e são mais frequentes em homens.

Sinais e sintomas

Os cálculos renais, enquanto estão localizados nos rins, costumam passar despercebidos (assintomáticos​) e podem permanecer assim por meses ou anos. Estes somente incomodarão quando se movimentarem para sair do rim e obstruírem o ureter (conduto que leva a urina do rim para a bexiga). Nesta situação em que o cálculo se desloca pelo ureter a caminho da bexiga pode-se manifestar uma dor intensa chamado cólica renal e outros sinais associados, como:

  • Dificuldade para urinar ou eliminação de uma quantidade pequena de urina;
  • Desejo aumentado de ir ao banheiro urinar, mas sem eliminar muita urina;
  • Ardência ao urinar;
  • Infecção urinária;
  • Presença de sangue na urina;
  • Febre;
  • Náuseas e vômitos.

 

Como diagnosticar?

O diagnóstico de cálculo renal em pessoas que não tem sintomas geralmente ocorre por acaso, quando realizam exames como ultrassonografia ou tomografia por outros motivos. Já naqueles que apresentam quadro de cólica renal, exames de imagem são solicitados com o objetivo de identificar e localizar o cálculo no rim ou em outra parte do trato urinário, para definir qual será a melhor forma de tratamento. Pessoas com fator de risco ou já com histórico de pedra no rim podem realizar exames periodicamente para identificar e tratar precocemente as pedras.

Tratamento

Nos pacientes com quadro de cólica renal, além de tratar a dor e medidas que favoreçam a eliminação do cálculo, os especialistas avaliam a necessidade de promover sua retirada cirúrgica. Eles realizam também uma investigação metabólica para identificar​ o distúrbio que está favorecendo seu aparecimento, buscando impedir a formação de novos cálculos.

​ Os pacientes que não estão em crise porém apresentam cálculos renais maiores do que 6 milímetros devem ser orientados a tratá-los. Quando não tratados, estes podem migrar para o ureter, causando entupimento e consequente a cólica renal. O tratamento irá depender de vários fatores, como tipo de pedra, tamanho e sua localização, variando desde o uso de medicamentos por via oral para que o cálculo seja dissolvido ou até algum método intervencionista. A litotripsia extracorpórea é um método muitas vezes eficaz que pode fragmentar os cálculos sem a necessidade de uma intervenção cirúrgica e facilitar a eliminação dos cálculos naturalmente pelo organismo. Já outros cálculos podem necessitar de alguma intervenção cirúrgica.

O tratamento cirúrgico dos cálculos renais apresentou grande progresso após a introdução do método endoscópico conhecido como ureterorrenolitotripsia endoscópica, e hoje muitos cálculos são tratados por esta via sem a necessidade de cortes ou incisões, acelerando a recuperação e o retorno as atividades de forma precoce, muitas vezes no dia seguinte ao procedimento. Neste método um aparelho muito delicado é inserido através do canal urinário do paciente até localizar a pedra e fragmentá-lo em pequenos pedaços.

Seguindo a tendência da cirurgia minimamente invasiva, outra opção para o tratamento de cálculos mais volumosos é a nefrolitotripsia percutânea, em que o urologista realiza a retirada dos cálculos através de uma pequena incisão no dorso do paciente. As técnicas de cirurgia vídeo-laparoscópica também podem ser empregadas e a pedra removida através de uma cirurgia chamada pielolitotomia vídeo-laparoscópica.

Como podemos observar, existe uma grande variedade de opções de tratamento para os cálculos renais, e cada situação deve ser avaliada e discutida com seu médico para definir qual opção trará melhores resultados. Porém sempre a melhor estratégia será prevenir o seu aparecimento, por isso cultive o hábito de sempre beber água, mantenha-se hidratado e tenha hábitos alimentares saudáveis.

 

Atenção: A informação existente neste portal pretende apoiar e não substituir a consulta médica. Procure sempre uma avaliação pessoal com o Serviço de Saúde.